Música & Rádio
Será que os locutores realmente gostam das músicas que passam?
Será que aguentam ouvir todos os dias as mesmas músicas?
Será que não há rádios que passem música diferente?
As respostas não são nada entusiasmadoras.
Praticamente não há rádios já, que deixem de lado a "play-list"!
Mas o que é uma "play-list"?
A play-list é uma listagem automática de músicas. O locutor não tem qualquer intervenção quais as músicas que vão passar durante o seu programa, nem tem que se chatear com a mesa de mistura, podendo a rádio assim delinear melhor o género musical atingindo determinado público alvo!
ok.. esta é a versão bonita da coisa, não acham? e no mundo real, o que é uma play-list?
Na prática a play-list tem a mesma definição, mas é manipulada por entidades interessadas externas à rádio, que têm interesses directamente ligados à venda da música, e que obrigam as rádio a passar artistas/temas que lhes tornem a actividade mais lucrativa.
Assim, as pessoas são impingidas com a música que "está a dar", que está na moda, que está nos TOPs.
E está mesmo?
Não propriamente.
A questão é que, pelo menos cá em Portugal, não há nem nunca houve controlo sobre o número de álbuns vendido. É uma ilusão!
Os TOPs são baseados no número de 'discos' produzidos.
Ou seja, qualquer um de nós, se tivermos a disponibilidade financeira para fazer um álbum, e produzir 20 000 cópias, imediatamente temos um disco de platina nos TOPs.
A partir daí, vem o marketing para fechar o cíclo. E acreditem.... a ideia que aquela música é o que está a dar (que está na moda), realmente vende.... o marketing resulta na maioria das vezes.
Há excepções! Basta lembrarmo-nos das recentes Girls Bands, que em alguns casos até vieram para a televisão acusar as editoras de terem sido "usadas". Realmente, e apesar dos seus álbuns terem estado semanas a fio nos TOPs, o projecto resultou num grande prejuízo para todos os intervenientes.
E é com esta música, "que se quer vender a todo custo" que gramamos nas rádios, nas play-lists!
Há algumas rádios locais que fogem a este conceito!
Mas no actual país que temos, ninguém investe numa rádio nova, criativa, que fuja a este conceito habitual de rádio que temos. Assim, grandiosos projectos, como o da XFM e da VOXX, acabaram por falir, devido à falta de apoios. Mesmo quando existiam, usualmente os equipamentos que usavam não eram dos melhores, repercutindo-se na qualidade de som transmitida.
Actualmente, no Porto, ficamos sem rádios que fujam a este esquema, visto o encerramento da VOXX. Em Lisboa, temos ainda a RADAR, apesar de já não me deslocar a Lisboa há algum tempo, costumava passar música diferente, alternativa, com diversidade de programa de música por autor.
Assim, vivemos num regime de ditadura musical onde não temos opções. Somos obrigados a ouvir aquilo que querem que a gente ouça!
Sem esperanças de mudança para breve, remeto-me aos meus CD's, às amizades de onde por vezes se faz a melhor propaganda musical e aos programas de informação, esses sim, muitas vezes de qualidade em algumas estações de rádio!
1 Comments:
Que grande POST! Espectacular! Se continuares tão bem assim, vou demitir-me da blogosfera...
Tens toda a razão... é uma vergonha, uma tristeza... é assim que se vê como são fracos os líderes de empresas que tanto impacto na sociedade têm e que empregam tanta gente. Em vez de divulgar o que de bom se produz, impingem aquilo que nem de borla alguém queria se conhecesse o resto. Em vez de educar o nosso ouvido, metem-nos à força música sem qualidade pelos ouvidos dentro.
Se todos fossem como eu, as rádios não tinham um único ouvinte, excepção feita à Antena2, e a alguns programas da Antena3 e da Rádio Nova.
Parabéns! Literalmente deste-lhes com FORÇA! Eheheh!
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