Avaliação e Acesso ao Ensino Superior
Este é um tema que há muito é discutido sem nada nunca se ter feito para alterar.
A minha pessoal perspectiva sobre avaliação e especialmente sobre o acesso às universidades é radicalmente diferente do que se pratica no nosso ensino.
Antes de aprofundar sobre este tema, vamos olhar à realidade... olhemos à nossa volta, ou façam um esforço de memória para voltar aos tempos do secundário, se for esse o caso.
Nestas doces idades, onde pensamos que somos crescidos mas só fazemos asneiras, o que mais nos pode marcar é a socialização. Todos queremos ter amigos e amigas, namorados e namoradas, sair à noite, enfim, divertirmo-nos como se o mundo acabasse no dia seguinte.
Isto é o adolescente normal... no seu íntimo quer viver, é revolucionário... quer ser o heroi... tem sonhos e ambições.
Por motivos de "educações diferentes" ou mesmo de problemas diversos, há sempre aqueles que colocam os estudos á frente de tudo.
Usualmente não são de facto os mais inteligentes, mas são os maiores marrões. Abdicam da prática de uma vida social, são muitas vezes gozados pelos outros, e enfiam-se em casa em volta dos livros, tentando ser os melhores, visto não serem os melhores em mais nada.
Ora, isto tem consequências graves.
A falta de socialização pode trazer tal desconhecimento do mundo real, que daí advém muitas vezes, mais tarde, o mau profissionalismo.
Nos dias de hoje, seja lá qual for a área de trabalho, o mais importante além da competência profissional, é o relacionamento entre as pessoas. Em muitas áreas, o humanismo necessário para exercer a profissão, não é adquirido, tornam-se maus profissionais, ou pessoas demasiadamente frias.
Estes ditos marrões são também associados usualmente às notas altas, à elevada capacidade de decorar e deixando a desejar na capacidade de raciocinar e de tomar decisões sobre pressão. Consequências da falta de socialização também.
Mesmo a respeito apenas das notas altas, deixo-vos com dois exemplos que conheci pessoalmente:
1- Um colega meu, com notas elevadíssimas na área das matemáticas, apanhou uma disciplina de Investigação Operacional, onde parte dos exercícios baseavam-se em passar situações reais para fórmulas matemáticas. Este tipo de exercício é sempre diferente, não se conseguindo esquematizar e apenas o raciocínio conta. Pois ele, nunca os conseguia resolver.
2 - Colega de Matemáticas. Considerada a melhor aluna do ano. Além de genericamente ser conhecida como "a loira burra", estávamos no 3º ano quando a conseguimos convencer a sair uma tarde e descobriu que na baixa do Porto passava um rio. Ainda, quem a viu a leccionar aulas de matemática no ano de estágio teve pena dos alunos.
Assim, com as notas altas é feita a selecção de quem entra para as universidades ou não.
Especialmente na área de saúde, apenas os alunos com notas elevadíssimas entram. A meu ver, em grande número, são admitidos os tais marrões.
Por alguma razão, em outros países se usam outros métodos de avaliação, especialmente nesta área da saúde. Por exemplo, em Inglaterra conta muito os trabalhos sociais que estes alunos tenham efectuado, como regimes de voluntariado em hospitais, bombeiros e primeiros socorros.
Cá em Portugal, usualmente os alunos acham-se demasiadamente importantes para passarem por uma destas experiências.
Assim, os nossos futuros médicos serão, muitas vezes, pessoas frias, não socializaveis, que vão ter de lidar com realidades difíceis e diversas.
Assim, temos de analisar os jovens como eles o são... jovens!
Não devemos também entrar no caminho oposto.
Devem ser educados e responsabilizados e a dar o seu melhor nas alturas que lhes é pedido.
O actual sistema de ensino com passagens quase obrigatórias até ao 9º, e em breve até ao 12º ano trará consequências graves. É já notório e comentado pelos especialistas na área que os alunos estão cada vez mais mal preparados. Mas este tema ficará para ser comentado noutros 'bits'.
Deixo-vos, por fim, com um texto que recebi em tempos, que conclui a minha ideia sobre a avaliação dos alunos...
O seguinte diz respeito a uma questão de Física num exame da Universidade de Copenhaga:
"Descreva como determinar a altura de um arranha-céus usando um barómetro."
Um estudante respondeu:
"Amarre uma longa corda à parte mais estreita do barómetro, a seguir faça baixar o barómetro do telhado do arranha-céus até ao chão. O comprimento da corda mais o comprimento do barómetro será igual à altura do edifício."
Esta resposta altamente original enfureceu o examinador ao ponto de chumbar imediatamente o estudante.
O estudante apelou baseando-se no facto de que a sua resposta estava indubitavelmente correcta e a universidade nomeou um árbitro independente para decidir o caso.
Na verdade o árbitro decidiu que a resposta estava correcta, mas que não demonstrava qualquer conhecimento de Física. Para resolver este problema foi decidido chamar o estudante e permitir-lhe que em seis minutos providenciasse uma resposta verbal, que mostrasse, pelo menos, uma certa familiaridade com os princípios básicos de Física.
Durante cinco minutos o estudante ficou em silêncio, franzindo a testa em pensamento. O árbitro lembrou-lhe que o tempo estava a passar, ao qual o estudante respondeu que tinha diversas respostas extremamente relevantes, mas que não sabia qual delas utilizar. Sendo avisado para se despachar, o estudante replicou da seguinte forma:
"Em primeiro lugar, poderia pegar num barómetro, ir até ao telhado do arranha-céus, deixá-lo cair ao longo da parede e medir o tempo que ele demora a atingir o chão. Desta forma, a altura do edifício poderá ser trabalhada a partir da fórmula:
H= 0,5g x t2.
Mas isto seria má sorte para o barómetro.
Ou, então, se o sol estivesse a brilhar, poderia medir a altura do barómetro, depois de assentá-lo na extremidade e medir o comprimento da sua sombra. Em seguida, iria medir o comprimento da sombra do arranha-céus e, depois de tudo isto, seria uma simples questão de aritmética proporcional para calcular a altura do arranha-céus.
Mas, se quiserem ser rigorosamente científicos acerca disto, poderão amarrar uma longa corda ao barómetro e abaná-lo como um pêndulo, primeiro ao nível do chão e depois ao nível do telhado do arranha-céus. A altura é trabalhada pela diferença na força da gravidade.
T=2p ."
"Ou, se o arranha-céus tiver uma escada exterior de emergência, será mais fácil usá-la e marcar a altura do arranha-céus em comprimentos do barómetro, e em seguida adicioná-los por aí acima."
"Se, simplesmente, quiser ser chato e ortodoxo na resposta, certamente, poderá usar o barómetro para medir a pressão de ar no telhado do arranha-céus e no solo, e converter os milibars em pés para dar a altura do edifício."
"Mas uma vez que estamos constantemente a ser exortados a exercitar o pensamento independente e a aplicar os métodos científicos, indubitavelmente a melhor forma seria ir bater ao porteiro e perguntar se ele gostasse de ter um barómetro bonito, oferecia-lho desde que ele me dissesse a altura do arranha-céus."
O estudante era Niels Bohr, o único Dinamarquês que ganhou o Prémio Nobel da Física.
"Descreva como determinar a altura de um arranha-céus usando um barómetro."
Um estudante respondeu:
"Amarre uma longa corda à parte mais estreita do barómetro, a seguir faça baixar o barómetro do telhado do arranha-céus até ao chão. O comprimento da corda mais o comprimento do barómetro será igual à altura do edifício."
Esta resposta altamente original enfureceu o examinador ao ponto de chumbar imediatamente o estudante.
O estudante apelou baseando-se no facto de que a sua resposta estava indubitavelmente correcta e a universidade nomeou um árbitro independente para decidir o caso.
Na verdade o árbitro decidiu que a resposta estava correcta, mas que não demonstrava qualquer conhecimento de Física. Para resolver este problema foi decidido chamar o estudante e permitir-lhe que em seis minutos providenciasse uma resposta verbal, que mostrasse, pelo menos, uma certa familiaridade com os princípios básicos de Física.
Durante cinco minutos o estudante ficou em silêncio, franzindo a testa em pensamento. O árbitro lembrou-lhe que o tempo estava a passar, ao qual o estudante respondeu que tinha diversas respostas extremamente relevantes, mas que não sabia qual delas utilizar. Sendo avisado para se despachar, o estudante replicou da seguinte forma:
"Em primeiro lugar, poderia pegar num barómetro, ir até ao telhado do arranha-céus, deixá-lo cair ao longo da parede e medir o tempo que ele demora a atingir o chão. Desta forma, a altura do edifício poderá ser trabalhada a partir da fórmula:
H= 0,5g x t2.
Mas isto seria má sorte para o barómetro.
Ou, então, se o sol estivesse a brilhar, poderia medir a altura do barómetro, depois de assentá-lo na extremidade e medir o comprimento da sua sombra. Em seguida, iria medir o comprimento da sombra do arranha-céus e, depois de tudo isto, seria uma simples questão de aritmética proporcional para calcular a altura do arranha-céus.
Mas, se quiserem ser rigorosamente científicos acerca disto, poderão amarrar uma longa corda ao barómetro e abaná-lo como um pêndulo, primeiro ao nível do chão e depois ao nível do telhado do arranha-céus. A altura é trabalhada pela diferença na força da gravidade.
T=2p ."
"Ou, se o arranha-céus tiver uma escada exterior de emergência, será mais fácil usá-la e marcar a altura do arranha-céus em comprimentos do barómetro, e em seguida adicioná-los por aí acima."
"Se, simplesmente, quiser ser chato e ortodoxo na resposta, certamente, poderá usar o barómetro para medir a pressão de ar no telhado do arranha-céus e no solo, e converter os milibars em pés para dar a altura do edifício."
"Mas uma vez que estamos constantemente a ser exortados a exercitar o pensamento independente e a aplicar os métodos científicos, indubitavelmente a melhor forma seria ir bater ao porteiro e perguntar se ele gostasse de ter um barómetro bonito, oferecia-lho desde que ele me dissesse a altura do arranha-céus."
O estudante era Niels Bohr, o único Dinamarquês que ganhou o Prémio Nobel da Física.
1 Comments:
Delicioso! Não podia estar melhor... concordo inteiramente! Eheheh!
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